Hoje minha amiga fez uma comparação que achei perfeita pra descrever o
que se passa na minha cabeça e na cabeça dele. É um pouco complicado
mas vou tentar explicar:
Veja bem, se uma criança brincou com fósforo e isso fez com que um incendio fosse iniciado e neste incendio sua mãe se queimasse, a criança se sentiria mal por ver toda a bagunça que fez, tudo que estragou, tudo que queimou, o cheiro forte da fumaça e tudo mais. Neste primeiro momento ela ficaria triste e quietinha. Ai, passado um tempo, em outra situação, a criança ve novamente a caixa de fósforo e se aproxima dela. Quando a mãe vê aquilo, se desespera. Corre e o primeiro pensamento é tirar a caixa de fósforo do alcance da criança. Ai ela xinga dobrado, até ameaça bater. Além de tentar evitar outro incêndio SÓ ELA SABE o quanto doeu tratar as queimaduras, SÓ ELA SABE das marcas que ficaram no corpo e SÓ ELA SABE o tamanho da dor do medo de isso se repetir.
Depois deste episódio, qualquer faísca é fogo. Todo fogo dói. Uma dor
que marca. E, toda vez que algo a faz olhar para as marcas, a dor volta.
E vai ser assim, até que um dia ela vai olhar para as marcas e se
lembrar (sem dor) de algo ruim que um dia aconteceu.
Era mais ou menos assim a história que ela me contou e que achei perfeita. A dor, as marcas, o desespero, as coisas que só o tempo pode minimizar ou curar.
Quanto a ele, ele pensa como a criança. Fez algo de errado? Fez. Já
passou? Já. Então acabou. Ele, assim como a criança, não entende as
reações extremadas da mãe.
Quem sente na carne a dor da queimadura, quem vê as marcas que isso deixou consegue esquecer com a mesma facilidade????????????????????????????????
É bem assim mesmo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário